quarta-feira, outubro 05, 2011

CURSO ESTADUAL - II MÓDULO

Registro/Memória – II Curso Estadual/ II Módulo CFES/SC

Centro de Formação de Formadores

Local: Hotel Morro das Pedras, Florianópolis/SC

Data: 26, 27 e 28 de Setembro de 2011.

Nos dias 26, 27 e 28 de setembro de 2011, no Hotel Morro das Pedras em Florianópolis/Santa Catarina, aconteceu o II Curso Estadual do CFES/SC 2011 e contou com a participação de EES - Empreendimentos Econômicos Solidários e Entidades de Apoio e Fomento de diferentes regiões do Estado de Santa Catarina e ainda com parceria com o PNCS – Projeto Nacional de Comercialização Solidária com os EES do SNCJS – Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário.

Dia 26 de Setembro de 2011:

- Apresentação dos participantes;

- Acolhida com Exposição do vídeo Tocando em Frente;

- Dinâmica com utilização de palavras que focassem o que cada participante TRAZ para o Curso as expectativas de cada um :

· Dúvida;· Alegria; · Experiência no trabalho de E.S;· Esperança;· Multiplicar o que aprendeu;· Fé em dias melhores;· Vontade, solidariedade;· Saberes;· Disposição;· Companheirismo;· Vivência;· Experiência com microcrédito e cooperativismo;· Fé em dias melhores;

- Em seguida houve apresentação da Metodologia de Autogestão a partir da distribuição das Equipes de Autogestão e um tempo para que estas se reunissem e dialogassem entre sim sobre as tarefas a ser desenvolvidas:

1. Criatividade/Animação (Edson, Cibeli, Carlos, Andrea, Ciro, Sirlanda, Cora e Vilse)


- Dança e Música da Ciranda;- Coleta e Inscrição de Talentos;- Produtos para Sorteio;

- Música Solidária (para começar o dia);- Apresentações Culturais;- Danças Circulares e Jogos;

- Alongamentos;- Despertar (surpresa);


2. Registro/Memória ( Vania, Maria, Marília e Filomena)

Tem a função de sistematizar as atividades (falas, metodologias) durante o curso, para que não se perda a história e possamos dar continuidade de onde paramos. Formas:


- Fotos;- Imagens;- Ata;- Relatórios;- Teatro Lúdico (rádio falada);

3. Avaliação ( Eloísa, Conceição, Celisa, Jomar e Vilson)

- Avaliar ao final ou início de cada dia; Quando? Como? De que forma?

(metodologias, infraestrutura, alimentação, tempo...)

4. Infraestrutura (Antônia, Marta, Claudia, Janine)

- Manter espaços limpos e cuidados;

- Quarto “5” – Pronto Socorro (disponibilidade de remédios);

- Caso haja necessidade de materiais para o curso, favor solicitar;

- Celular desligado ou no silencioso;

5. Coordenação (Nilton, Maria Helena, Genesi, Tatiana e Jason)

- Facilitar, direcionar as atividades, mediar, controlar o tempo, organizar, encaminhar, manter o foco no tema, conectar os assuntos as equipes, acolher sugestões;

- Sugestão: Cada meio período uma das pessoas ficará na coordenação.

- Análise de Conjuntura da Economia Solidária

Facilitadora: Aline Mendonça

Inicialmente falou sobre quem compõem o Conselho Gestor e Comitê Metodologico do CFES de SC e atividades que desenvolvem; Falou que tem usado outras análises de conjuntura e citando por exemplo: a metodologia do Betinho;Propôs para o grupo a leitura do texto do Roberto Marinho (contido na pasta de matérias/kit);

Lançou o questionamento para a plenária, sobre qual o entendimento:

A partir do cotidiano e em nosso território/bairro/cidade/país, o que identificamos como desenvolvimento?

ü Economia solidária (potencialidade de desenvolvimento) outra forma de ganho porque o k não tem espaço para todos; preservação da vida em todas os aspectos (econômicos e políticos);

ü Educação é uma política vergonhosa;

ü Crescimento x desenvolvimento (como aquisição do conhecimento, relações sociais, acesso aos bens, aos direitos- vida digna, respeito); Crescimento (contraponto a lógica conservadora, lógica do lucro);

ü Desenvolve o trabalho;

ü Acesso à formação, assessoria técnica, crédito desenvolve os empreendimentos e promovem o desenvolvimento local e sustentável; Isto também motiva os jovens;

ü Para a comunidade MiraSSol/Balneário do Rincão desenvolvimento é ter comida;

ü Acesso aos espaços de formação;

ü Discutir o financiamento dos empreendimentos – microcrédito para desenvolver os empreendimentos e o espaço local;

ü O desenvolvimento da economia solidária urbana se distingue da rural em função da cultura de luta em prol de seus direitos/ quem entra na economia solidária no urbano entra pela necessidade de trabalho e renda, não pelo ideológico;

ü As entidades de fomento precisam instigar além da formação, produção, comercialização, o debate do crédito – o investimento público nos empreendimentos;

ü Começar com a realidade, o debate local, a história dos participantes;

No texto do Roberto, pode-se avaliar o seguinte:

Na Concepção moderna - Desenvolvimento é:

Ø Promessa de futuro;Ø Conforto – satisfação das necessidades;Ø Progresso;

Na Concepção hegemônica (dominante) o desenvolvimento é tido como crescimento econômico:

Desenvolvimento social X Crescimento Econômico

(Políticas sociais) (Políticas econômicas)

Ø Destrói culturas tradicionais x favorece o desenvolvimento;

Ø Promove a exploração x reconstrução do país, pela guerra;

Ø Individualismo x consumo de combustível;

Ø Mudança no mundo x eficácia do sistema;

Ø Degradação da humanidade e ambiente x eficácia sistema de produção;

O que é “Mitos e crises civilizatórias”.

É Crescimento econômico - crítica – fome/subdesenvolvimento.

O que é Crise e mito.

- Crescimento como panacéia;

- Não é possível a universalização do crescimento econômico;

- Desenvolvimento (movimento moderno e excludente);

- Conservadores x pós-desenvolvimentista;

- O desenvolvimento como resultado natural do crescimento econômico;

O que é Crítica:

- Urgente estabelecer o equilíbrio econômico;

-Política de desenvolvimento como necessidade histórica, mas outro desenvolvimento;

- Superação como direito e conquista da sociedade.

Plenária:

“Os participantes levantaram uma contradição de inúmeros militantes da economia solidária/ enquanto consumidor – ou seja produz economia solidária, mas consome produtos do mercado capitalista”.

“Formação – que formação SENAI/SENAC vai utilizar para trabalhar formação com empreendimentos solidários, através do convênio com a SENAES. Mas segundo a articuladora é importante fazer um processo de educação bancária, para qualificar mão-de-obra”.

“Implementar aprendizados, usar canecas para consumo de água e café. Que nos encontro da ECOSOL, usar no mínimo 30%, adquirido diretamente da agricultura familiar. Ex: sucos, ao invés da coca-cola.”

“A facilitadora ponderou com a dificuldade da legislação desde as licitações. Marília, no caso de alguns espaços públicos, como é a Merenda Escolar – cedidos à NutriPlus (nesse caso fica claro o esquema de propina).”

Ler, estudar mais para ter compreensão macro da realidade/legislação/políticas públicas que possam contribuir no debate de reflexão, formação.

- Na sequência, observou-se um vídeo “A História das Coisas” e seguido um vídeo da “Audiência Pública Nacional” em Brasília (disponível no Youtube).

Dia 27 de setembro de 2011.

Inicialmente alguns grupos autogestionários fizeram a pausa pedagógica cada um dentro de sua temática.

-Criatividade fez a abertura, entrosamento, construindo no coletivo a festa noturna;

- A avaliação fez o resgate do dia anterior com a técnica do “ e Aí” e promoveu um trabalho de grupo de avaliação do dia anterior;

- Comércio Justo e Solidário: Conceito, princípios e o SNCJS.

Facilitadora: Vania R. Diehl – Instituto Marista de Solidariedade.

Iniciou o trabalho a partir do questionamento lançado no grande grupo quanto:

Qual o entendimento de CJS – Comércio Justo e Solidário:

- “produto x preço: que paguem os custos de produção e tempo de mão-de-obra /trabalho em rede;”

- “Um jeito de viver, socializar trabalhos que podem melhorar a vida na terra;”

-“ Começa desde a produção, comercialização, (justo porque não tem empregador, sem exploração da mão-de-obra, solidário (pela rede – cadeia de produção) e sustentável (garantia de trabalho e renda – aproveitar matéria prima que são descartadas pela indústria, que estão na natureza), evitar de produzir supérfulos;”

- “Um forma de produzir bens e serviços através de associações ou cooperativas”;

- “Uma dificuldade dos empreendimentos e que precisam é a busca de matéria-prima em grandes empresas;”

- “Existe uma contradição às vezes as pessoas de empreendimentos solidários, consomem no capital (que explora a mão-de-obra);”

- “Falta orientação, encaminhamentos, aos empreendimentos de como calcular o valor real dos produtos;”

- “Um dos maiores problemas do comércio justo é o preço da produção – ex: artesões vendem o mesmo produto com uma diferença de 30%. O que agrega?”

Comércio Justo e solidário é uma relação de comércio que está baseada nos princípios de autogestão, democracia, sustentabilidade, e cooperação. Mas não se trata apenas de comprar ou vender. Também se trata de trabalho, serviços de créditos, acesso a informações...

A partir desse diálogo aberto, a facilitadora encaminhou trabalho de grupo a partir de uma Metodologia Gráfica.

- Dinâmica do Diagrama de Venn

Essa é uma metodologia gráfica (pois utiliza figuras – bolas maiores e menores) para que possamos identificar a importância e a proximidade dos 07 princípios do CJS em relação aos EES. OBS: essa metodologia pode ser utilizada em outras condições, exemplo: entidade de apoio... Após o estudo em grupos se faz apresentação e leitura com debate no grande grupo.

Grupo 1: Empreendimento Revolução Solidária

Considerou todos os princípios como sendo muito importante – o mais distante foi o princípio de estímulo à integração de todos os elos da cadeia produtiva; a garantia de informação ao consumidor, e o grupo observou que não tinha informações sobre o empreendimento que doou a bolacha para a atividade de criatividade.

Mais próximo o grupo avalia à relação com o meio ambiente, respeito à diversidade.

No meio termo, a democracia e o desenvolvimento local.

Grupo 2: Maresia

Democracia é um princípio importante, mas ainda distante, apesar das tentativas, dos propósitos, ainda não é plena.

Condições justas – internamente são garantidas, mas fora nem sempre é possível, muitas vezes precisam praticar regras do mercado capitalista para sobreviver.

Desenvolvimento Local – um pouco distante, mas pautado nos empreendimentos para garantir a sustentabilidade sonhada.

Respeito à diversidade – é o mais implementado nos empreendimentos, porque são empreendimentos à ECOSOL, em sua maioria, feito por mulheres. Ex: garante trabalho e renda para os lerdos que o mercado capitalista rejeita, buscando rapidez na produtividade.

Respeito ao meio ambiente – se preocupa com os resíduos, mas ainda tem muito a fazer.

Informação ao consumidor – muito distante, falta o selo.

Integração com a cadeia produtiva – distante, busca material prima no mercado capitalista, tem como principio, mas distante devido à falta de organização, elo, tempo, alguém que coordene e observe necessidades e potencialidades de matéria prima nos grupos solidários. Resgatar a ciranda.

Grupo 3 – Tô d’olho

O grupo fez uma estatística, tinha 7 empreendimentos, a ordem das bolas no cartaz foi posta baseado na conclusão da maioria.

Democracia –próxima, importante, mas ainda deixa a desejar porque sempre falta alguns atuarem mais;

Garantia condições justas – todos revelaram ser muito próximo;

Desenvolvimento local – busca o desenvolvimento local e sustentável.

Respeito ao meio ambiente - raciona a energia, recicla, preservar, cuida, mas alguns revelam que precisam tornar política de debate no empreendimento; Evita produzir produtos de má qualidade, quinquilharia.

Estímulo à cadeia produtiva – ainda buscam-se fora da economia solidária as matérias/ insumos, precisa melhorar, encontrar forma para estabelecer elos.

Grupo 4: Transformando em arte sustentável

Democracia – é o mais presente nos grupos, todos participam, colocam seus desejos, opiniões;

Condições justas – precisam melhorar porque tem dificuldade de calcular o valor da hora trabalhada, a matéria prima, é importante, mas distante porque não se tira tempo para discutir;

Meio Ambiente – os empreendimentos precisam priorizar, o grupo revela que seus produtos são produzidos politicamente corretos, mais possivelmente sustentável. Revelam que buscam produzir produtos naturais, ex: cola do quiabo.

Cadeia produtiva – revelam que não conseguem toda a cadeia, alguns até seria impossível, como no cabelo – cabeleireiro;

Desenvolvimento local – estimular que as pessoas conheçam as potencialidades do local, a identidade cultural, produzir com elementos da própria região.

Respeito à diversidade – praticam porque convivem com todos os públicos.

Grupo 5: Empreendimentos

- Democracia – como espaço aberto para todos, alguns espertos até se beneficiam, falam muito, fazem pouco. Decisões tomadas no coletivo. Por isso é importante e próxima aos empreendimentos;

Condições justas – apesar de importante fica distante, o grupo revela que falta apoio político. As lideranças políticas locais não valorizam a ECOSOL.

Desenvolvimento local – neste item o grupo preocupa-se com a sustentabilidade, por isso reciclagem para além da busca da sobrevivência/sustento (ex: óleo de cozinha/produz sabão/ detergente; coleta de pilhas/por troco solidário)

Respeito à diversidade – inclui todos

Respeito ao meio ambiente – trabalhando com materiais recicláveis

Informação ao Consumidor – falta informação ao consumidor sobre economia solidária, falta uma etiqueta que fale da economia solidária.

Cadeia produtiva – precisam chegar mais próximos dos outros empreendimentos, se conhece pouco as práticas.

- Para concluir a articuladora Vania disponibilizou aos presentes que tem 2 vídeos que falam sobre comércio justo e solidário e cidade solidária,

À Tarde

- Socialização das oficinas locais dos formadores e processo de sistematização:

- São Miguel do Oeste (Vania Diehl, Maria Helena e Vilse)

- Chapecó (Antônia, Vilson e Eloísa)

- Oficina em Florianópolis (Blumenau, Itajaí, Florianópolis e Fórum SUL – Nilton e Filó) que apresentaram um roteiro/modelo para a execução da oficina para possibilitar a implementação em 2011;

Após abriu-se o debate sobre as oficinas, sugeriu, observar:

Se as oficinas não focam muito a metodologia e não o conteúdo;

A importância de sistematizar as experiências vividas, observar positivas e negativas;

Cuidar na elaboração das oficinas para não subestimar a capacidade do grupo, gerando evasão dos participantes, esvaziar de conteúdo...

Estabeleceu-se um debate sobre a palavra sistematização – que significa, como se faz...

As oficinas do CFES buscam uma metodologia de educação popular, um espaço de reflexão.

Joinville justificou que fez a oficina antes da proposta do CFES, usou uma metodologia própria.

Sistematizar, juntar o conhecimento numa sequência, tornar conhecido a experiência.

Conteúdos, sempre que trabalhados devem ter uma sugestão/pedido da base – fazer um diagnóstico , ouvir as demandas.

Os fóruns regionais já têm um levantamento de temas de interesse dos empreendimentos que querem trabalhar, é importante que estes se façam acontecer, pois são necessidades.

- Apresentação experiência da Justa Trama – Ismael Souza

Falou da história de construção da Justa Trama, usando o mapa das cooperativas que fazem parte da Central e uma linha do tempo em que ocorreram os principais eventos.

Falou da cadeia produtiva que interliga a rede, das parcerias que têm. São 5 regiões que têm cooperativas de produção que fazem parte da rede, que tem a sede administrativa em POA/RS. As decisões são tomadas em assembléia. O algodão é produzido no Ceará, em São Paulo faz a fiação, o tecido em Minas Gerais, a costura em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, Rondônia faz os fixadores, corantes, adereços e biojóias. Só vendem o tecido plano, a malha orgânica produzida pela rede, ainda é só usado pela Justa Trama. Existem projetos de produzir malha convencional, e também trazer a (Cooper Têxtil) para Itajaí. Hoje é 100% orgânica, quem produz convencional são as cooperativas de produção, por ex: Fio Nobre, Univens. As cadeias produtivas são experiências interessantes, mas difícil devido à distância, logística.

Assistiu-se o Vídeo da Justa Trama (disponível no Youtube)

- Apresentação experiência da Rede ECOVIDA – Ismael Souza

Projeto da entidade Cemear que trabalha com produtos orgânicos, agrega muitos agricultores familiares desde a Serra, Vale e Litoral. Esta entidade está por dentro do circuito da REDE ECOVIDA que se organiza em torno da certificação participativa de produtos.

Dia 29 de Setembro de 2011.

08h30m – inicio das atividades do último dia do curso com uma dinâmica de movimentos em pares, realizada pela equipe de animação, com auxílio da Maria Aparecida da Credichapecó.

08h45m – Exibição da série de filmes da “Cidade Solidária” realizada pelo IMS .

09h05m – Pausa Pedagógica efetuada pela Tatiana do Cfes/SC Região Sul, onde os participantes lembraram , no coletivo, dos acontecimentos do dia anterior.

09h20m – apresentação dos trabalhos das equipes autogestionárias.

09h45m – Inicio da atividade sobre Metodologias participativas para assessoria técnico-política, cuja facilitadora, Elianda Marques. Eliandra se apresenta e informa a todos sobre vem para o Curso colaborar e construir com o coletivo conceitos e práticas sobre metodologias participativas na educação popular.

Nesse momento, os representantes dos EES que participam do SNCJS foram desenvolver outras atividades pertinentes aquele Projeto.

O cronograma foi retomado e a Eliadra reiniciou seus trabalhos, numa roda de conversa, insistindo na participação de todos para a construção de um conceito. Houve calorosa participação de todos e após uma reflexão sobre a proposta de formação diferenciada do CFES onde todos constroem o conhecimento no coletivo, de forma popular e sobre o papel do formador enquanto participante do EES, foi sugerido um exercício prático com as cartilhas de fluxos disponibilizadas pelo IBASE, dividindo-se o coletivo em 3 grupos para estudo dos fluxos de um EES selecionado naquele grupo .

10h30m – intervalo e reunião em grupos de trabalho.

11h15m – início da apresentação dos grupos de trabalho que construíram seu entendimento sobre o texto da cartilha nº 1 de “fluxos e informações na economia solidária” – um novo olhar sobre a prática. O que são fluxos? Quando falamos em fluxos, estamos falando da circulação de algo e do caminho e a maneira como circula.

Fluxos de saberes: ele é visível quando olhamos os processos de aprendizagem dos EES. Que tipo de saberes são socializados e valorizados? Quais são suas fontes (escola, universidade, comunidade, cultura, etc.). consideradas mais seguras de conhecimento para o EES?

Fluxos de poder: Na economia solidária o princípio da autogestão é fundamenta, ou seja, a democracia nas tomadas de decisão internas ao EES ou entre EES em uma rede ou cadeia. Se olharmos os processos de tomada de decisão do EES ou da rede, existe algum ponto (pessoa ou instância) ou concentra poderes? Como o poder circula? Normalmente que interfere mais nas decisões políticas? Ao olhar os fluxos de poderes é possível perceber pontos de concentração de poder?

Fluxos materiais: Quando estamos trabalhando num EES estamos todo o tempo consumindo energia, matéria-prima, água e ao final o descarte das sobras. Se olharmos para o fluxo desses materiais deparamos com muitas questões a serem consideradas: De onde vem a energia? De onde vem a água? O que é feito com as sobras? Quanto material pode ser reaproveitado?

Fluxos financeiros: Esse fluxo permite saber por onde o dinheiro está passando. De onde vem e pra onde vai? Quando um EES compra a matéria prima de sua produção, pra onde vai o dinheiro gasto? Vai para outra região ou fica na região aonde o EES é situado?

Fluxos de produtos: Nesse caso olhamos o que acontece com o produto depois de pronto. Qual a logística utilizada para fazer a entrega ao consumidor ou pontos de comercialização? Quais as rotas? Quais os centros onde os produtos ficam armazenados?

GRUPO 1 – Interpretou o texto na íntegra, socializando a todos com um desenho onde o empreendimento seria o centro e os fluxos acima descritos a sua volta.

GRUPO 2 – Interpretou apenas o fluxo de material do EES “Enseada do Brito” de Palhoça,desenhando todo o fluxo do material necessário para a produção do grupo, com setas e num processo contínuo do início ao fim. Analisando o fluxo de material, constataram que o EES possuía um gargalo no tempo de produção que não é pré-definido ou determinado e seu fluxo muda de acordo com a eficácia das pessoas que produzem. Isto é, o EES não exige ou propõe um tempo mínimo de produção e deixa esse a cargo dos integrantes.

RECEBE MATÉRIA PRIMA ===> CHEGA ATRAVÉS DE PARCEIRO EM SACOS PLÁSTICOS ===> REUNIÃO DOS MEMBROS P/ ‘VER O QUE CHEGOU ====> CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL ===> DEFINIÇÃO DE TAREFAS ===> DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL P/PRODUÇÃO ===> CADA PESSOA EXECUTA A SUA TAREFA ===> VERIFICAÇÃO QUALIDADE ===> BOA ====> VENDAS

RUIM =====> CORREÇÃO

GRUPO 3 - Interpretou todos os fluxos do EES “ASSOC. BENEFICIENTE DE MULHERES COMUNITÁRIAS DO BAIRRO MIRASOL – CRICIUMA/SC”, a partir da história do grupo, contada pela participante Tita. A comunidade possui 440 famílias (com 220 crianças de 0 a 12 anos). No EES funciona a fábrica de estopas

Fluxos de Saberes: É democrático e socializado durante as reuniões dos grupos de trabalho. 1. Fabricação das estopas. 2. Creche (32 crianças) e escola. 3. Curso de capacitação de costura industrial para mulheres iniciantes (atualmente são 25). 4. Artesanato de roupa de cachorro (a partir dos restos da estopa) 5. Igreja e celebrações.

Fluxos de Poder: Autogestionário. Os conflitos são resolvidos no próprio local de trabalho.

Fluxos de Materiais: Os materiais são todos de doação de empresas da região (outras cidades).

Fluxos Financeiros: A Distribuição do dinheiro arrecadado pela venda é feita por produção individual por kg. Cada kg = R$ 2,00 e tudo fica para as mulheres. Na necessidade de manutenção de máquinas, faz-se uma campanha de arrecadação de dinheiro entre as empresas da região (algumas das quais doam também os restos de tecidos para a produção da estopa).

Fluxos de Produtos: No EES as vendas são fixas por clientes fiéis. Também possuem vendas extras. O Maior problema é a logística de entrega. Por não terem veículos de entrega optaram por oferecer um desconto de 10% s/kg do produto e as empresas que o adquirem vem até a comunidade para recebê-los. Estão pleiteando um veículo, através de oportunidade de projetos.

Intervalo para almoço

14H30 – Dinâmica do grupo de animação

14h45m – Rede de Formadores do Estado de Santa Catarina

Com coordenação dos formadores do CFES/SC turma 2010 se deu início a discussão de como formar a rede de formadores do estado de SC. Discutiu-se o papel do formador e o comprometimento do mesmo na continuidade do projeto. Após consenso ficaram encaminhadas as seguintes deliberações: 1. Cadastramento dos formadores: será encaminhado via email um formulário de cadastramento do formador para ser preenchido e devolvido a FM de se criar um banco de dados sobre o coletivo de SC. 2. Divulgação do cadastramento: Será divulgado através do Blog do CFES/SC, criado em set/2010 - (www.cfessantacatarina.blogspot.com). 3. Grupo de discussão: a partir de informações de emails do coletivo será feito um “check list” e aqueles que não estão participando do grupo de discussão formadores_cfessc@googlegroups.com serão inseridos no mesmo pelo seu coordenador. 4. BLOG CFES/SC: Será criada uma sub-página para cada região do estado de SC que além de contar com o cadastramento poderá ser atualizado com notícias da regional, por representante a ser indicado pelo seu coletivo.

16h00 – Avaliação do Curso.

Com coordenação de representante da equipe de avaliação o coletivo avaliou os seguintes itens, numa roda de conversa:

1. Coordenação: foi avaliada como boa, apesar de altos e baixos. Foi sugerido que em próximos eventos os formadores que procurem trabalhar em duplas, durante um dia inteiro, e não como foi a prática individual de um coordenador de manhã e outro a tarde, como neste curso.

2. Criatividade: foi unânime a avaliação de que a equipe superou as expectativas, com ótima integração dos participantes.

3. Infra-estrutura: deixou a desejar considerando a falha do som e a demora na instalação dos equipamentos para apresentação em data show.

4. Memória: muito boa.

5. Metodologia autogestão: deixou a desejar, visto que as equipes autogestinárias não funcionaram a contento. As reuniões diárias das equipes não foram socializadas para todo o coletivo.

6. Conteúdo: A construção coletiva do conteúdo e cronograma foi socializada na rede mas houve poucas sugestões e a construção coletiva não aconteceu. Foi solicitado mais referências bibliográficas e textos de pensadores de educação popular. Também foi avaliado que o total do conteúdo do curso foi demasiado e que se poderia ter menos conteúdo com mais tempo para discussão.

7. Expectativas: Todos foram unânimes em dizer que foram contempladas.

Durante toda essa “conversa coletiva” surgiram várias observações como a falta de compromisso de alguns participantes com o horário marcado para o início das atividades. Alguém sugeriu que se adotasse regras de convivência mais rígidas o que foi questionado por outros que diziam que regras rígidas não combinam com economia solidária e que seria mais coerente a auto análise a respeito da gestão individual de cada um como participante do curso. . Discutiu-se também o comprometimento dos formadores e a continuidade do projeto, uma conquista do próprio movimento de ecosol. A Coordenação da Unisinos informou que os dias 05 e 06 de outubro haverá a reunião do comitê metodológico da região sul e esse é o momento para o coletivo levar suas preocupações, pedidos e encaminhamentos para ser discutido.

17h00 – Término do curso com dinâmica de encerramento e lanche.

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